terça-feira, 25 de janeiro de 2011

miniDOCs - Armandinho

Neste miniDOC apresentamos seu Armandinho, um dos mais antigos e carismaticos personagens do grupo de cinema de Brodowski.

A Luz da Lamparina
miniDOC - Armadinho

sábado, 4 de setembro de 2010

miniDOCs - Rosalina e o Café

Olá todos!

Talvez hoje seja um dos dias mais especiais para o doc "A Luz da Lamparina": depois de mais de um ano de pesquisa e imersão com o grupo de cinema de Brodowski, estamos publicando nossa primeira triagem audiovisual.
Como foi anunciado antes, a idéia é que vocês possam acompanhar o blog e conhecer um pouco mais de nossos personagens através dos miniDOCs. Queremos ouvir opiniões, sugestões ou quaisquer outros ões que possam contribuir com a nossa caminhada.
Pensamos fazer os miniDOCs com todos os personagens que achamos importantes para o nosso filme. Esse processo será importante para analisarmos melhor o rumo que estamos tomando, tanto em termos estéticos quanto em conteúdo verbal. Ou seja, a proposta é fazer desse espaço o nosso laboratório experimental: uma boa oportunidade de realizar, publicar e receber o feedback de vcs.
O primeiro personagem escolhido foi a simpatissíssima Rosalina. Ela ja participou de vários filmes do grupo de cinema de Brodowski e está sempre presente nas reuniões do grupo, junto de seu marido Zé Pedro. Vamos conhecer mais da Rosalina através do miniDOC.


"A Luz da Lamparina"
miniDOC - Rosalina e o Café

terça-feira, 31 de agosto de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Idéias sobre o tempo

Saio da chamada grande metrópole brasileira, a big babilônia tupiniquim e caio direto na pequena Brodowski. A frequência temporal se desacelera em um estalo de dedos. Meus ouvidos e olhos relaxam e aquele bombardeio de imagens e sons são substituídos por uma calmaria que de início se assemelha ao silêncio, mas logo a nova textura imagética e sonora ganha forma. Os olhos e ouvidos começam prestar atenção em pequenos detalhes da paisagem: o campo de futebol com a grama bem baixa e seca, de um verde que se confunde com o marrom; os gritos das crianças brincando nas ruas e o resmungar dos cachorros se espreguiçando embaixo da sombra de uma árvore se escondendo do calor.
O tempo não corre, se arrasta, dando a possibilidade para que as pessoas se conheçam. Ao contrário das grandes cidades onde você não conhece seu vizinho, em Brodowski você sabe quem são os moradores da sua cidade, lá ainda é possível você perguntar pela rua: "Onde mora o Clóvis da geladeira?" ou "Onde trabalha o Magalini da Kombe?" e obter uma resposta satisfatória.
Aqui todo evento é um grande evento, a cidade para e reconhece o momento, assim como quem vem de fora para assistir o por do sol se escondendo por trás da cidade. Nossos atores tem tempo de ir a câmara municipal para passar a vista no jornal do dia e adiantar a conversa que estava atrasada. Mas hoje sou eu que não tenho mais tempo. Olho pro relógio e tenho que voltar, vou pegando a estrada e o tempo volta a correr...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Uma tarde na fazenda de Rosalina


São 4 horas da manhã, o dia ainda é noite quando eles levantam e partem rumo a kombi que já espera do lado de fora. A sua rotina é outra, como iria me contar mais tarde um deles. Até os hábitos alimentares são outros: o almoço sai as 9h, meio dia já estão comendo o café da tarde. E foi entre o almoço e o café que chegamos a fazenda da dona Rosalina. Os “catadores” de café já estavam trabalhando em marcha forte, mas nossa presença não deixou de causar um reboliço no grupo: “espera um pouco pra começar a gravar que eu vou passar um batom” disse uma das “catadoras” em tom de brincadeira. Um deles, um senhor um pouco mais velho que a maioria do grupo, ficou acompanhando nossa gravação, ensinando passo a passo os processos da colheita do café. Ele que em meio a toda a modernidade do agronegócio, mantém nas pequenas fazendas, como a da Rosalina, um processo totalmente manual de colheita para o café e para o preparo do seu consumo.
Essas pequenas fazendas aparecem, em meio aos oceanos da monocultura de cana de açúcar, como mantenedoras de antigas tradições da região. Tanto no plantio quanto na cultura, Rosalina explica que o custo e o trabalho que ela tem pra manter o café não vale a pena se comparados com o plantio de cana, mas mantém os cafezais, em nome da preservação de uma memória, sua memória afetiva e histórica.
Ainda na prosa que tivemos sobre como era a fazenda antigamente, nesse tempo de recordar e revivificar sua lembranças, ela começa a contar sobre as festas que vinham para a fazenda, folia de reis, e outras manifestações. Conta como as fazendas se preparavam para os festejos e nos diz dos truques que as meninas faziam para dançar com o rapazes que elas paqueravam. Aos poucos estas festas estão parando de vir para as fazendas daqui, conta ela.
Um detalhe importante é que esse papo estava acompanhado de um cheiro delicioso de comida que vinha da cozinha. Pausa para o nosso almoço e para o café da tarde dos catadores, um cochilo na rede para fazer a digestão e depois bora lavar o café...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Novos rumos para o blog

Olá para todos!
Estamos propondo um novo rumo para o blog. Gostaríamos que vocês acompanhassem passo a passo o que está acontecendo na produção do documentário, nossa impressões dos dias de filmagens, tratamentos dos personagens, como uma espécie de diário de campo que nos auxilie no processo final .
A idéia é que o blog se torne uma proposta audiovisual dentro do documentário. Bom, como estamos propondo algo novo, esperamos a participação de todos. Depois,de acordo com as novas postagens vocês irão intender um pouco melhor nossa proposta.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Princípio de tudo...



A idéia do documentário surgiu a partir do convite de uma amiga para assistirmos a estréia do filme “Sementes do Mal”, que aconteceu em um pequeno salão alugado, situado em Brodowski, cidade do interior paulista. Brodowski é uma cidade de aproximadamente 20 mil habitantes, simples, com um legado cultural muito importante: Cândido Portinari nasceu e iniciou sua carreira como pintor lá, o que é motivo de orgulho para toda a cidade, que ainda mantém viva a memória do artista através do Museu Casa de Portinari.

“Sementes do Mal” é o 10º longa-metragem produzido na cidade. Assistindo ao filme, nossa primeira surpresa se deu, quando nos demos conta, de que o mesmo senhor que nos ajudou a estacionar o carro, e que também estava tomando conta da portaria do salão, era um dos atores principais. No local viam-se pessoas simples (a maioria atores do filme) fritando salgadinhos e distribuindo refrigerantes. Não havia uma separação clara entre a tela de exibição, as pessoas que circulavam no salão e a fumaça do tacho onde os salgadinhos eram feitos. Tudo se apresentou com uma naturalidade tão grande, que nos fez perceber um novo modo do cinema estar envolvido na vida das pessoas, e, logo assim, desta forma tão peculiar.

Era algo extremamente leve, que nos tocou tanto pelo modo como era feito, como pela proximidade com a qual fomos incluídos. O envolvimento afetivo parecia emanar de todos que estavam presentes. Nos sentimos acolhidos imediatamente.
Com a exibição, víamos as pessoas apontarem para a tela, reconhecendo seus amigos e parentes, o que parecia muito divertido pelas risadas e pelo clima alegre, quase cômico, que havia se instaurado no salão. A cidade assim se identificava na tela, e nós nos identificávamos com as relações ali compostas – em uma atmosfera onde o fazer cinema é ponto de convergência destes afetos.

O grupo de Brodowski é composto em sua maioria por senhores com mais de sessenta anos, amantes dos antigos cinemas westerns e dos grandes clássicos do cinema mundial. Mith, diretor do filme, diz que fora muito influenciado pelo cinema noir americano e por outros cinemas de detetives e crimes. Em Brodowski, ainda segundo Mith, eles tentavam fazer algo parecido com isso. Curiosamente, sempre existiam muitas cenas de humor até o desvendamento do enigma se dar. Parecia ser a marca do grupo: olhar as coisas com bom humor e fazer as pessoas se divertirem.

Nos demos conta de que tinhamos sido testemunha de um "cine artesanal", alegre e leve, que na contra partida de toda a glamourização em torno do cinema, nomeava a si próprio como "cinema caipira" e fazia questão de colocar em sua simplicidade a força principal do grupo. A partir desse encontro nos ocorreu a idéia de fazer um documentário sobre essa forma "descontraída" e apaixonada de realização audio visual.